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PROCESSO POLÍTICO QUE TAL UMA REVISÃO DE CONCEITOS?
PROCESSO POLÍTICO QUE TAL UMA REVISÃO DE CONCEITOS? *Thomas Korontai O processo de democratização no Brasil caminhou por estradas muito estranhas, bem diferentes das dos demais países, contrariando a lógica do senso comum. Aproveitou-se a ignorância do Povo ? e é de se pasmar que muita gente letrada não se exclui desse raciocínio ? para se impor o que se quisesse, a bel prazer dos interesses e ajustes políticos. Isso permitiu que se construíssem modelos políticos, partidários, institucionais com escusos e graves equívocos estruturais, afetando comportamentos sociais e demandando uma cultura política que já passou do ridículo, se comparada com os melhores ? ou pelo menos não tão ruins ? modelos nos países instalados no chamado Primeiro Mundo. Formação de partidos políticos, eleições, mandatos, regimentos internos das casas legislativas, justiça eleitoral, estrutura das casas legislativas, enfim, todas as rubricas não escapam de análises, comparações e resultados que nos levem a perceber que estamos em uma grande enrascada. E sair dela não é nada fácil, pois exigiria uma implosão do sistema, o que não nos parece possível. Apenas um asfixiamento democrático bem dirigido seria capaz de transformações estruturais gerais que afetariam o modo de se fazer política no Brasil. O partido do atual ocupante do Planalto, assim como o próprio e sua candidata, desafiam as leis, não temendo, ao que parece, maiores problemas do que pagar multas de R$ 5 mil. A legislação em curso beneficia, ao que parece, por formas atravessadas do que dita, aos mandatários e ocupantes do poder, o que nos leva a propor um reflexão sobre a liberalização ampla e geral da propaganda dos candidatos em qualquer tempo e a qualquer tempo. Mas para que isso ocorra, como em outros países, não poderia mais existir o modelo de concessões para rádios e televisões, retirando-se a corda do pescoço de seus diretores, bem como, o fim do horário eleitoral gratuito e obrigatório. Afinal, isso é uma democracia? E por falar nisso, pode ser considerado democrático dar mais tempo para os maiores partidos em detrimento dos menores? Porque não espaço igual para todos? E não querem que haja comércio de legendas... Paradoxalmente temos o ?não me toques? político-partidário que impede que candidatos e membros de partidos políticos possam expor suas idéias em entidades de classe, universidades e escolas ? afinal, o voto já é ?direito? para crianças de 16 anos. As portas são simplesmente fechadas, proibindo a discussão partidária ?para não ferir suscetibilidades pelas paixões que desperta? ? especialmente para os pequenos partidos, ampliando a distância entre os eleitores dos futuros candidatos. A bem da verdade, universidades, entidades de classe, associações de moradores de bairros, escolas, poderiam até mesmo ter espaços, fixos e rotativos, por sorteio, para partidos poderem se instalar por alguns dias ou semanas, e oferecerem suas idéias, desenvolvendo o espírito crítico por comparações já desde cedo. Isso é formar cidadania. E isso pode ser feito já. É absolutamente inócua a campanha feita a cada ano, por autoridades eleitorais, conclamando a população a votar, ainda que o voto seja obrigatório sob penas diversas (democracia?), porque as pessoas, em sua maioria, vão apenas ?cumprir o dever? ampliando, a cada votação, a abstenção por votos nulos e brancos. O que aproxima o cidadão da política para que possa decidir coerentemente com o que acredita ser melhor para a sua localidade, sua região e seu país, é o conhecimento e debate das idéias e ideologias propostas por políticos e partidos. Caberá ao eleitor decidir e certamente o fará conscientemente. Mas é preciso começar na escola, nas universidades, abrindo inclusive espaço para novos partidos, grupos com novas idéias, chamando-os para as exporem ? se exporem ? exatamente diante dos jovens, mais corajosos para questionar, excelentes para se construir senso critico. Não dá mais para aturar horários eleitorais com as ridículas aparições do tipo ?meu nome é Enéas!?. Proponho portanto, uma reversão da aversão, inclusive para a imprensa brasileira, abrindo mentes e corações para trazer os políticos para dentro de nosso domínio, não apenas em época de eleições, mas sempre, por todo o tempo, convivendo com os que querem assumir responsabilidades em nosso nome, podendo olhar nos olhos e nos projetos, debater e aprender, concordar e discordar, militar contra ou a favor, porque é assim que se constrói uma democracia, não é fugindo dela. Já é um bom começo das transformações que todos reclamam quererem. *Thomas Korontai é presidente nacional do Partido Federalista ...


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